Hoje vim falar dos livros que li durante o mês de Janeiro. Mas Jéssica, Janeiro já passou e a gente tá quase no fim de fevereiro! Eu sei que Janeiro já foi, mas a arte da escrita tem vontade própria e ela escolheu esse momento para acontecer.
No mês de Janeiro eu tive contato com quatro livros, como eu queria, pois pretendo ler um livro por semana.
O primeiro foi Histórias Intimas: Sexualidade e Erotismo na História do Brasil
Autora: Mary del Priore
Editora: Planeta
Páginas: 256
Sinopse: Quando o Brasil era a Terra de Santa Cruz, as mulheres tinham de se enfear e os homens precisavam dormir de lado, nunca de costas, porque “a concentração de calor na região lombar“ excitava os órgãos sexuais. E nos momentos a sós – geralmente no meio do mato, e não em casa, porque chave era artigo de luxo e não era possível fechar as portas aos olhares e ouvidos curiosos –, as mulheres levantavam as saias e os homens abaixavam as calças e ceroulas. Tirar a roupa era proibido. E beijar na boca? Bem... sem pasta e escova de dentes, difícil. Mas como o proibido aguça mais a vontade, a instituição que mais repreendia os afoitos, ironicamente, acabou se tornando o templo da perdição. Onde as pessoas poderiam se encontrar, trocar risos e galanteios e até ter relações sexuais, sem despertar suspeitas, se não no escurinho... das igrejas? Casos saborosos como esses são narrados por uma das maiores historiadoras do país, Mary del Priore. Em Histórias Íntimas, ela mostra como a sexualidade e a noção de intimidade foram mudando ao longo do tempo, influenciadas por questões políticas, econômicas e culturais, e passaram de um assunto a ser evitado a todo custo para um dos mais comentados nos dias de hoje.
Comentário da leitora:
O que me motivou a ler esse livro foi ele mesmo. Ano passado, enquanto estava no laboratório da Universidade, um colega estava com o livro e eu o peguei, curiosamente. Comecei a ler o livro e fui interrompida quando ele foi embora. Quando vi que ele estava disponível no Livro Viajante não perdi a chance de poder concluir a leitura. O livro é muito interessante, traz aspectos históricos e ajuda a entender muitos dos costumes, machismos e preconceitos atuais. Fala de um tempo que sentir desejo era considerado pecado e loucura. A autora fala sobre traição, casamento, o que era atrativo ou não nos homens e mulheres. Faz tudo isso de forma leve e em alguns momentos chega a ficar divertida a leitura. Contudo, por diversas vezes achei que lia algo repetido, que já tinha sido citado e explicado anteriormente. Mas é uma leitura válida, como o texto é fácil e gostoso de ler, nos dando a oportunidade de refletir sobre conceitos, preconceitos, hipocrisia, ou qualquer sentimento enraizado, ou será herdado?
O segundo livro do mês de janeiro foi O Homem que Queria Ser Feliz
Autor: Laurent Gounelle
Editora: Objetiva
Páginas: 167
Sinopse: Imagine descobrir que tudo que você acreditava saber sobre a felicidade está errado. Ou pense como reagiria se lhe dissessem que os motivos por ter colocado de lado de lado suas paixões não passam de uma farsa Narrado em forma de parábola romanceada, O homem que queria ser feliz, best-seller francês já lançado em 17 países, envolve o leitor com a história do professor e, através dela, vai transmitindo uma série de ensinamentos básicos para tornar a vida melhor. Ensinamentos aparentemente tão óbvios, que não são levados em conta pela maioria das pessoas nos momentos de crise e reflexão, quando na verdade, deveriam ser usados como norte.
Comentário da leitora:
Não sei o que me motivou a ler este livro. Ele conta a história de um homem que estava em Bali e que ao encontrar um curandeiro começou a indagar-se sobre a (ausência de) felicidade em sua vida. Através da história uma série de ensinamentos básicos para tornar a vida melhor são transmitidos. Estes ensinamentos aparentemente tão óbvios, não são levados em conta pela maioria das pessoas nos momentos de crise ou de reflexão. Uma parte do livro que gosto bastante: "Quando fala de um projeto para as pessoas a sua volta, receberá três tiros de reações: as neutras, as de encorajamento e as reações negativas que podem fazê-lo desistir. Você não deve confiar em gente que tente desencoraja-lo para apenas suprir uma necessidade psicológica própria. Tem gente que se sente melhor quando você vai mal, e que fará tudo para que você não vá melhor! Ou gente que necessária que você realizasse seu sonho, pois isso lhe faria lembrar sua falta de coragem para realizar os seus. Existe também gente que se sente valorizada com suas dificuldades, pois isso lhes permite lhe oferecer ajuda. Não adianta nada ficar com raiva deles, porque fazem isso inconscientemente. Por isso é conveniente se afastar dessas pessoas ou não falar de seus projetos com elas. Senão, vai se juntas aos milhões de pessoas que não tem a vida que desejam. Em compensação, é muito positivo ver à sua volta uma ou duas pessoas que acreditem em você. Se à sua volta há alguém que acredita em você, em suas capacidades de sucesso isso afastará suas duvidas, seus medos desaparecerão como num passe de mágica. Mas entenda bem: não é preciso que essa pessoa o ajude ou o aconselhe. O que conta antes de tudo é a confiança que deposita em você.".
O livro tem um quê de autoajuda, só por isso não é ótimo.
O terceiro livro foi Cristal Polonês
Autora: Leticia Wierzchowski
Editora Record
Páginas: 176
Sinopse: Cristal polonês é uma história sobre a vida de uma família humilde, de origem polonesa, que vive no Brasil. Marcados por uma tragédia, sua história é narrada pela filha mais velha do casal.
Comentário da leitora:
O que me motivou a ler este livro foi a sua autora. A Leticia Wierzchowski escreveu A Casa das Sete Mulheres e eu achei que esse livro deveria ser bem escrito. Outra coisa que motivou foi o fato de uma gaúcha me emprestar o livro, isso fez com que eu ficasse mais empolgada, já que é um livro nacional, que se passa no Rio Grande do Sul. O livro conta a história da família de Tedda, Paula e Miti, três irmãos descendentes de família polonesa - por parte de mãe -. A grande parte das coisas que têm são de segunda mão, herdados dos tios - irmãos de sua mãe. Quem conta a história é a menina Tedda, onde nos descreve a história desta infância onde tudo de mágico e de perigoso pode suceder, onde nada escapa aos olhos de Deus, onde tirar boas notas pode garantir o sorriso da máma e talvez um sono sem pesadelos. Numa pequena casa onde quase tudo é emprestado e as roupas são grandes demais para seus novos donos, apesar da pobreza e dos grandes perigos de se cometer um pecado, ainda há lugar para os sonhos. Até que um dia, por causa de uma aposta, eles têm a oportunidade de fazer uma viagem para uma casa de campo que faz a alegria dos filhos e muda a vida da família. Talvez eu não tenha entendido bem a história, por isso ela é "só boa"... Não sei por que o livro se chama Cristal Polonês, não achei que o final fosse interessante, mas também não desgostei da Tedda, do Miti e da Paula.
O quarto livro e o último de janeiro foi Aos Meus Amigos
Autora: Maria Adelaide Amaral
Editora: Globo
Páginas: 334
Sinopse: Aos meus amigos tem como tema central um dos principais da literatura de todos os tempos - a amizade. A amizade, porém, se aqui rima com 'fraternidade e solidariedade', não rima necessariamente com felicidade. A história do romance, baseada em fatos reais da vida da autora, se articula em torno de um leito de morte. Na verdade, de um leito de suicídio, o do escritor e publicitário Leo (inspirado em Décio Bar, amigo da escritora, a quem o romance é dedicado). É o seu suicídio que, no agitado ano de 1989, mobilizará a retomada da 'velha turma', que vivera intensamente os ideais da esquerda nos anos da ditadura militar brasileira (1964-1985). Um reencontro feito também de desencontros, inclusive políticos. Após o suicídio de Leo, seus amigos reúnem-se para velar o corpo e tentar manter viva sua memória, enquanto procuram os originais de um livro que teria deixado. Romance ágil, grandemente baseado em diálogos, mais do que em descrições, os fatos e personagens são, então, construídos e reconstruídos por referências e reminiscências, como nas conversas reais. É a palavra falada, enfim, que reina no romance, assim como na vida.
— Lu? É a Bia. Tô ligando pra você pra te dar uma notícia muito triste...
— Alô?
— ...
— Bia? (Será que a linha caiu?)
— Não...
— O que é que está acontecendo?
— Eu não consigo parar de chorar!
— Pelo amor de Deus! Quer me dizer de uma vez o que foi que aconteceu?
— O Leo morreu.
— Alô?
— ...
— Bia? (Será que a linha caiu?)
— Não...
— O que é que está acontecendo?
— Eu não consigo parar de chorar!
— Pelo amor de Deus! Quer me dizer de uma vez o que foi que aconteceu?
— O Leo morreu.
Assim começa o livro, que conta a história do reencontro de uma turma de antigos amigos. Passado e presente se misturam em cada diálogo, mostrando que viver é, no fundo, fazer escolhas.
O livro inspirou a minissérie Queridos Amigos, exibida em 2008 na TV Globo.
O livro inspirou a minissérie Queridos Amigos, exibida em 2008 na TV Globo.
Comentário da leitora:
Eu tive várias motivações pra ler este livro. Primeiro a minissérie, que passou na Globo e eu fiz o possível pra ver, segundo que dei esse livro em um amigo secreto da universidade e a presenteada me disse que adorou, terceiro porque sempre começo escrevendo para os "Malucos Beleza" assim: "Aos meus queridos amigos", quarto: quando estava indo a um sebo pela primeira vez achei o livro no meio de vários populares e o comprei por R$ 8 reais! E pra finalizar, ele fala do tempo da ditadura e foi escrito no ano em que eu nasci. Mas eu tive muito problema em ler o livro, protelei, abandonei até está livre e me dedicar novamente a ele. Conta a história de vários amigos, que no leito de morte de um dos seus amigos se reúnem e relembram o que esta amizade realmente representa na vida deles, o que ela acrescenta ou prejudica. Sim, prejuízos, porque as amizades são compostas de sujeitos e estes com vivências problemáticas. São vários diálogos, o que me confundiu muito no começo, pois tenho mania de decorar a característica dos personagens, o que foi muito difícil, pois eram muitos. Tive vontade de anotar cada um em um papel e ir acrescentando no decorrer da história, mas desisti. Também não achei uma leitura tão fluída, tive que retornar aos diálogos para saber quem estava falando, por exemplo. Eu confesso ter gostado mais da minissérie, mas pra ter certeza, vou assisti-la novamente.