terça-feira, 14 de novembro de 2017

Seja gentil com você mesma assim como é com as pessoas próximas #100detoxEDM

No dia 28/08/17 a página feminista Empodere Duas Mulheres lançou um desafio chamado 100 Dias do Detox (e intoxicação do amor). O objetivo desse desafio é priorizar coisas que nós podemos fazer por nós mesmas, de modo que ao nos desintoxicarmos das coisas negativas nós passássemos a direcionar a si mesmas mais amor e carinho. Uma campanha destinada ao amor próprio.

Inspirada nesse desafio resolvi tentar movimentar este blog, utilizando os temas dos desafios como inspiração para a reflexão. No perfil das meninas no Instagram (@empodereduasmulheres), é possível acompanhar diariamente os posts com várias questões (atualmente já foram feitas 77 postagens do desafio). Por aqui as coisas vão acontecer ao ritmo que precisam para serem processadas, ou seja vamos nos deliciar com dor e a delícia do nosso próprio movimento reflexivo.


O primeiro dia do desafio traz a seguinte reflexão: Seja gentil com você mesma assim como você é com as pessoas próximas (1/100)



“Você já percebeu como é fácil identificar palavras ruins quando dizemos para outras pessoas, mas não prestamos atenção quando usamos palavras duras com nós mesmas? Se a sua amiga te contasse sobre um fracasso ou frustração, você seria dura com ela em um momento de sensibilidade? As palavras são muito poderosas! Quando pensar algo sobre si mesma e diga isso em voz alta - ou até mesmo escreva. Se não for bom, pare de pensar isso. Reverta para algo positivo. Se você não tem coragem de dizer coisas ruins para alguém, não diga a si mesma. Pense em coisas que te fazem bem, algo que gosta em si mesma ou que se orgulhe de ter feito hoje - que seja ter conseguido sair de casa, ou estar feliz por ter regado uma planta. Hoje eu vim andando para o trabalho e fiquei feliz com essa meta que me coloquei, porque me faz bem caminhar e olhar a paisagem escutando uma música que eu gosto. Não seja dura com você. Você tem que conviver 100% do seu dia consigo mesma, não faça disso um peso a si. Você merece carinho e cuidado - principalmente de você para si. Trate-se bem, assim como gostaria que os outros te tratassem.”
Ser gentil consigo mesma é um processo de autocuidado. Nos ensinam a ser muito críticas e severas, a não cometer erros, a não demonstrar fraqueza ao reconhece-los, a buscar sempre mais. No entanto, este “sempre mais” vem repleto de responsabilidade que muitas vezes não podemos suportar. A partir do momento em que passamos a conhecer realmente a carga que suportamos diariamente carregar, através de um processo de autoaceitação, é que podemos dar espaço a autoempatia, a grande responsável por direcionar a si mesma seu olhar generoso.

Durante muito tempo fui portadora de uma culpa enorme. Essa culpa sempre cresceu porque eu me desenvolvi em um espaço de muitas críticas. Cresci com elas ao meu redor e me moldei dentro do seguinte raciocínio: "já que tenho uma autocritica severa, eu também posso criticar o que me incomoda no outro". Este pensamento, fruto de um comportamento defensivo, se mostrou eficaz por muito tempo, além de aparentar uma ideia de justiça que me posicionava em um local protegido em meio às minhas relações.

Somente com um pouco mais de maturidade e ajuda psicológica eu pude perceber que apesar desta prática fazer “todo sentido”, ela não era a mais adequada. Reconhecer meus erros não me dá o direito de apontar as falhas do outro. E não há nada de seguro nisso, ao contrário, encontrei realmente conforto ao ser a pessoa que oferece colo, acolhimento, carinho, cuidado e atenção.

Contudo, as coisas da nossa infância são bem difíceis de se desfazer e, vez ou outra, a severidade da autocritica acontecia, mesmo que fosse para cobrar o outro para ser também amparo emocional (o que gera uma outra reflexão que em breve referenciarei aqui).

Então, para não adotar um novo problema quando você acaba de “se livrar” do antigo, a questão é ser para si mesma aquilo que espera do outro. É ter paciência consigo mesma, é acolher seus sentimentos e a forma que você lida com eles. Ah, não esqueça de ter orgulho da pessoa que você tem se tornado, pois você passou por muita coisa para chegar até aqui e só você sabe como foi lutar cada uma dessas batalhas.

E, se as coisas continuam te incomodando e você ainda tem dificuldade em lidar com tudo isso, take easy! (pegue leve), tudo tem um tempo certo para acontecer - graças a Deus -, e as coisas não estão todas sob o nosso controle e responsabilidade. Aceite quem você é, a gente só pode mudar quando paramos de tentar combater quem somos e começamos a lidar consigo mesmas.

Qual a primeira prática que podemos adotar para começarmos a aceitar quem somos, sendo gentis conosco como procuramos ser com quem temos afeto? Vamos exercer o autocuidado? É a forma como nos amamos que mostramos ao outro como eles devem nos amar.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

sonhos, dreams, rêves, sueños, träume...

Quem me conhece sabe que todos os anos eu tenho uma agenda, onde costumo tentar organizar minha vida e documentar acontecimentos. Em 2014, para além da minha agenda, eu tive um CADERNO DE SONHOS E UTOPIAS, onde durante todo o ano eu listei desejos e tentei me lembrar de realizá-los, seja a longo ou curto prazo. A lista, com elementos repetidos, já que os desejos se repetiam, assim como as ansiedades, tem 316 itens. Resolvi dividir com vocês os 130 mais importantes, para ver se sonhando coletivamente a gente consegue realizar.

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar."

  1. Que as pessoas soubessem o que é feminismo e entendessem que não há uma analogia com o machismo.
  2. Confiar na fidelidade das pessoas.
  3. Não me importar tanto com o que "dizem" ou "deixam de dizer" as redes sociais.
  4. Viajar mais.
  5. Me importar menos com o que as pessoas acham. Viver menos de impressão.
  6. Me envolver cada vez menos com machistas.
  7. Ajudar as pessoas a entenderem que por mais que o machismo esteja enraizado na sociedade ele não é normal e nem é a única alternativa.
  8. Que o sexo/sexualidade seja visto como algo normal e não como um tabu.
  9. Que eu não me culpe/condene, por tudo que acho que vai errado, que eu perceba minha parcela de responsabilidade, mas que eu entenda que se as coisas dão/vão errado não é só minha incumbência, pois em uma relação a construção é feita a partir de trocas realizadas entre dois sujeitos envolvidos.
  10. Para de mexer nas coisas alheias: ler coisas sem permissão, fuçar o indevido... isso só faz mal pra mim e desrespeita a pessoas que eu gosto.
  11. Gozar mais.
  12. Rezar mais.
  13. Não "perder vida" com sofrimentos e angústias.
  14. Não me sentir idiota, trouxa, burra, por acreditar.
  15. Saber que ninguém morre de amor, mas que a gente não precise tá testando essa teoria.
  16. Não querer ir embora/desistir quando as coisas ficarem ruins. Escolher ficar/resolver.
  17. Não esquecer de se colocar no lugar de outro.
  18. Dar amor na mesma proporção que quero receber e não necessariamente que recebo.
  19. Tirar fotos nua e ser feliz com a imagem do meu corpo.
  20. Não reproduzir o machismo.
  21. Amar minha mãe e meu pai, mas não porque eles são meus pais, mas porque eles me amam, então eu devo reparar mais neles.
  22. Eu posso ser feliz se eu não casar e nem tiver filhos. Eu não sou egoísta por isso, eu só escolhi.
  23. Eu posso casar, ter filhos e ser feliz. Casamentos podem dar certo também.
  24. Parar de machucar. Não usar isso como escudo para não ser machucada.
  25. Ser menos pelega e menos militante só de internet.
  26. Ter uma banheira.
  27. Me permitir viver as experiências sexuais que tenho vontade. Sem barreiras, moralismo ou tabus.
  28. Romper preconceitos. Dar chance às pessoas, ao desconhecido, ao que não me agrada de primeiro.
  29. Procurar ver o lado positivo das pessoas.
  30. Não ter medo de fazer planos.
  31. Fazer uma tatuagem.
  32. Me identificar com alguma atividade física e encontrar prazer em realiza-la.
  33. Refletir mais sobre as experiências vividas durante o dia. Ter/exercer consciência.
  34. Ter minha própria casa onde parentes sejam visitas.
  35. Fazer o melhor que eu posso a cada dia.
  36. Entender que as pessoas procuram maneiras diferentes de lidar com o sofrimento. Por mais que não faça sentido pra mim, eu tenho que respeitar isso.
  37. Ser menos crítica comigo mesma, me aceitar como eu sou.
  38. Ser menos egoísta, encontrar o equilíbrio entre pensar no outro e reconhecer minhas próprias necessidades.
  39. Fazer as coisas até o fim, parar de desistir de tudo.
  40. Não ter vergonha de estar apaixonada e de querer me declarar a cada meio minuto, afinal ninguém sabe o dia de amanhã.
  41. Não depender financeiramente de ninguém.
  42. Ser mais racional e menos impulsiva.
  43. Não ter vergonha de me importar com pequenas coisas (isso não vai me fazer mais fraca), mas não dar importância demais a elas. Saber encontrar o ponto.
  44. Entender que a amizade nunca permanece a mesma, que às vezes, o que nos uniu já não existe mais, que o tempo e as novas experiências transformam a gente em pessoas com visões diferentes daquelas que um dia nos aproximou. Compreender essa dinâmica é importante, assim como distinguir quais laços merecem nosso esforço para preserva-lo.
  45. Não ser tão boca de sacola. Isso sempre me prejudicou ao longo da história e eu tenho que aprender com isso.
  46. Relevar comentários idiotas e que só atrapalham. Tem gente que não sabe se expressar e parece que está sempre fazendo um "inferno".
  47. Não ser orgulhosa, que só atrapalha a vida.
  48. Ter humildade de ensinar e de aprender.
  49. Não deixar que os outros ditem a forma que eu devo cuidar do meu corpo ou me arrumar.
  50. Ser sincera, já que eu espero sinceridade.
  51. Não cobrar amizade, amor, carinho de ninguém.
  52. Não deixar que a liberdade do outro me incomode.
  53. Pensar: "Como Jesus agiria?"
  54. Tentar entender o outro, mesmo quando eu tô puta da vida.
  55. Não engravidar antes de ter uma casa, um emprego e um amor.
  56. Escrever carta a pessoas queridas e envia-las.
  57. Não ser mais instável emocionalmente.
  58. Expressar meus sentimentos de gratidão, felicidade e satisfação.
  59. Perdoar todos aqueles que me ofenderam.
  60. Ler os meus livros.
  61. Não viver fingindo que os conflitos não aconteceram. Aprender a supera-los.
  62. Aprender a lidar com as decepções.
  63. Fazer orações diárias.
  64. Lembrar que cada pessoa marca a gente de alguma forma. Recordar principalmente das que deixam boas marcas.
  65. As pessoas falam ou deixam de falar por diversos motivos. Por mais que eu considere a minha forma de agir a mais certeira, é a história de cada indivíduo que explica a sua opção entre o falar e o calar, afinal, o silêncio também fala.
  66. Relaxar de verdade. Soltar o que me prende; desistir do que não me faz bem; não reagir a provocações; deixar passar as situações estressantes; parar de buscar respostas; desgrudar de quem faz você sofrer; distensionar situações; desobstruir vias, veias, conexões; não controlar os outros; não jogar com sentimentos; não manipular opiniões; cair; abrir mão; oferecer; não resistir; repousar; não rejeitar; entregar-se; pacificar-se; serenar; acalmar; tranquilizar; amansar; liberar... morrer.
  67. Não fazer as coisas só porque os outros querem, mas não deixar de fazê-las por rebeldia, fazer porque é o melhor para mim.
  68. Tudo bem se eu não for confiante e autossuficiente. Só não posso ser dependente e pessimista sempre.
  69. Me oferecer as pessoas como eu sou, porque eu me orgulho de quem eu sou. Eu não vou esconder tudo o que sou (sangue, sonhos, suor e lágrimas) para garantir que os outros se mantenham confortáveis em suas escolhas.
  70. Controlar a chateação que vem das expectativas que colocamos nas pessoas. As pessoas são livres para atenderem suas próprias expectativas e não estão a serviço das nossas.
  71. Não estamos acorrentados a nenhuma característica da nossa personalidade: insegurança, arrogância, chatice... somos LIVRES para criar novas formas de existir.
  72. Distinguir quais pensamentos são frutos do cotidiano, do meu mundo egoísta, cheio de projeções de perspectivas e quais são autênticos, frutos das nossas reflexões.
  73. Conseguir controlar meus sentimentos, afinal tenho gastrite nervosa.
  74. Não se enganar, não aliviar sua própria dor com desculpas ou mentiras.
  75. Ter menos ciúmes e não o alimentar.
  76. Ser proativa.
  77. Stalkear cada vez menos, até não stalkear mais.
  78. Fazer sem esperar nada em troca.
  79. Pensar na necessidade de falar certas coisas antes de pronuncia-las.
  80. Buscar estar sempre em terapia.
  81. Não deixar passar atos machistas quando eu estiver por perto.
  82. Que eu tente mudar minhas atitudes e não as dos outros, mas que eu não deixe de incentiva-los.
  83. Tentar entender por que eu me importo tanto com o fato das pessoas não gostarem de mim.
  84. Viver mais "offline" e ver isso como qualidade de vida.
  85. Perceber que eu não preciso estar sempre me protegendo.
  86. Extinguir joguinhos amorosos.
  87. Ter paciência com minha mãe.
  88. Ser mais organizada e menos procrastinadora.
  89. Dedicar um tempo para ficar com meus irmãos.
  90. Cuidar da minha saúde, não deixar isso em segundo plano.
  91. Ser mais presente na vida de quem eu amo.
  92. Não deixar a preguiça ser a protagonista da minha vida.
  93. Presentear-me mensalmente.
  94. Rir das dificuldades.
  95. Alimentar-me melhor.
  96. Arrumar meu sorriso.
  97. Cuidar da minha pele.
  98. Que eu não cometa auto boicote.
  99. Que eu reconheça os meus erros.
  100. Saber que eu posso mudar de caminho, de ideia, o quanto eu julgar necessário.
  101. Deixar o comodismo de lado e correr atrás de tudo o que eu quero.
  102. Que a gente se encontre e se perca mil vezes, para depois reencontrar.
  103. Chorar.
  104. Sorrir.
  105. Lamentar, porque eu tenho direito!
  106. Celebrar tudo de bom.
  107. Julgar menos.
  108. Ter mais fé - em Deus, na vida, em mim, no próximo.
  109. Enfrentar os obstáculos e dificuldades a vida.
  110. Entender que nem sempre se obtém êxito e que não há mal nenhum nisso.
  111. Ter coragem e persistência.
  112. Dizer não no tempo certo e não o tempo todo.
  113. Ter discernimento de escolher quais as batalhas que devo lutar.
  114. Ter um ombro amigo e ser um ombro amigo para alguém.
  115. Ficar perto de quem me quer e me faz bem.
  116. Me afastar de quem me que e me faz mal.
  117. Usar protetor solar.
  118. Beber água regularmente.
  119. Ter um sono de qualidade, mas não excessivo.
  120. Não comparar minha vida com a dos outros.
  121. Procurar ser uma boa pessoa na vida dos outros.
  122. Não me exceder com frequência.
  123. Não perder tempo sendo fofoqueira.
  124. Não ser invejosa.
  125. Fazer as pazes com o meu passado.
  126. Escolher ser feliz e não ser chateada/abusada.
  127. Aproveitar os momentos em família.
  128. Não ser corrupta/desonesta.
  129. Não guardar coisas que não uso/não quero. Não acumular.
  130. Lembrar que tudo é finito.

Que a gente não duvide do poder das listas e que a utopia seja nosso combustível na estrada de buscar por ser e sentir-se melhor.

segunda-feira, 27 de março de 2017

Mensagens Atemporais

Em 2012 eu li um livro chamado A Mulher do Viajante no Tempo, da autora americana Audrey Niffenegger. O livro trata do romance entre Henry e Clare, mas mais do que isso fala sobre viagem no tempo. “Henry sofre de um distúrbio genético raro. Seu relógio biológico dá uma guinada para frente ou para trás e ele então é capaz de viajar no tempo. As viagens são causadas por acontecimentos estressantes, os deslocamentos são imprevisíveis e Henry é incapaz de controlá-los. Neste livro, a autora mostra com muita sensibilidade, inteligência e bom humor que o verdadeiro amor é capaz de transpor todas as barreiras - inclusive a mais implacável de todas: o tempo.”.

Esse livro se tornou um dos meus favoritos e a temática de “viagem no tempo” se tornou uma das minhas categorias prediletas no que se refere a leitura. Mesmo que os personagens não sejam viajantes no tempo, como o Henry, muito me agrada quando o autor transita entre o presente e passado como acontece, por exemplo, em Um Dia, do autor britânico David Nicholls.

Percebi que desde então passei a acreditar na teoria que diz que o passado, o presente e o futuro são simultâneos. Eu não sou a única pessoa que pensa assim. Esta ideia é defendida por Bradford Skow, professor de filosofia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que considera que a ideia de que o tempo flui como um rio não é correta.

Infelizmente eu não tenho conhecimento suficiente para defender essa teoria, também não sou ingênua o suficiente para acreditar que como Henry outras pessoas tenham esse distúrbio genético tão raro ou sejam tão rápidas quanto o Flash para transitar entre o passado, o presente e o futuro. No entanto, creio que por termos conhecimento disto no futuro e devido a simultaneidade do tempo, nós, de alguma forma, sabemos disso hoje.

Como não podemos interferir no curso do tempo, por saber que alterações ocorridas em qualquer das épocas altera o nosso destino (vejam o filme Os Agentes do Destino, é muito bom!), nós arrumamos uma maneira de burlar o sistema do tempo sem maiores alterações. Isso se dá pelas anotações, fotos, lembranças que guardamos de terminados períodos.

Sempre gostei de escrever mensagens a mim mesma que transpusessem a barreira do tempo, escrevia do meu eu de hoje para o meu eu de daqui a um mês ou daqui a um ano. Incrivelmente essas coisas sempre funcionavam, essas mensagens me faziam sentir melhor ou me davam uma perspectiva de que a mudança sempre vem, independente da fase em que estamos.

Sou a pessoa, dentre os meus amigos, que mais tem diários/agendas, que mais revisa fotos antigas, acho que estou sempre buscando me conectar com o meu eu de outro espaço temporal simultâneo.

De forma carinhosa eu tentei fazer o mesmo com alguém especial, escrevendo mensagens atemporais que deveriam ser abertas em determinados momentos, mas que não impediriam de elas serem relidas sempre que necessário. Não sei se a pessoa chegou a abrir todas as mensagens ou se todas as horas de se ler as mensagens já se sucederam, mas confesso que criei uma expectativa sobre isso, afinal, apesar de ter escrito algo para um terceiro, o meu eu, do momento em que a mensagem é aberta, também é atingido pelas palavras que por mim foram escritas em outro tempo, em outra circunstância.

Hoje eu estava me sentindo meio cabisbaixa e achando que sozinha eu não conseguiria mudar tal condição. Um amigo me aconselhou ouvir músicas que trouxessem sentimentos bons, então, abrindo a sessão Neste Dia, do Facebook, eu encontrei diversas opções deixadas por mim mesma para o meu eu de hoje. Sem dúvidas, a mensagem escolhida pra Jéssica de 2017 foi deixada pela Jéssica de 2011, com a canção Muita Calma Nessa Hora, do Leoni.

Achei que a mensagem me serviu muito, afinal costumo tomar decisões baseadas em impulso e tenho pelo menos desejado fazer diferente. Muita calma nessa hora, há um milhão de você passando por várias situações adversas simultaneamente, se você se concentrar bem, você pode se conectar com o(s) seu(s) outro(s) eu(s) e resolver duas questões com uma mensagem só.

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