Levi tinha prova de Matemática Aplicada a Engenharia Civil às 9:30 e já havia acordado tarde e perdido a aula de Materiais de Construção Civil I, estava no banho quando seu celular tocou.
- Levi, seu celular tá tocando.
- Quem é? – Gritou Levi do banheiro.
- Não sei, é de um número que não está na sua agenda.
- Atende então.
E Sofia atendeu.
- Alô?
- Eu queria falar com o Levi...
- Ele tá no banho, quer deixar recado?
- Dona Rita, pede pra ele ligar pra Julia assim que sair do banho, tá?
- Não, não é a mãe dele, é a Sofia, mas eu peço sim.
- Ah, Sofia... desculpa.
- De boa Julia, até logo.
Julia passou o dia com aquele diálogo na cabeça. Devolveu o celular da colega e sentiu como se a aula de Introdução às Relações Internacionais tivesse passado em um piscar de olhos, ela nem escutou o que a professora falou sobre os sujeitos das relações internacionais. Assim que a aula acabou resolveu ir pra biblioteca. Lá, baixou a cabeça e resolveu fazer uma rápida retrospectiva do seu relacionamento com Levi.
Recordou-se da chegada deles à cidade, do frisson que eles causaram, de como Samuel despertava o interesse das meninas do colégio e de como, por um acaso do destino, eles ficaram amigos.
Recordou-se da chegada deles à cidade, do frisson que eles causaram, de como Samuel despertava o interesse das meninas do colégio e de como, por um acaso do destino, eles ficaram amigos.
Lembrou-se que conheceu Levi através das caronas que Samuel fazia questão de oferece a ela, a partir do momento que Levi ganhou o carro e passou a ir com ele para o cursinho.
Veio à sua memória as características que notou em Levi, logo de princípio, diferentemente de Samuel, que tinha a capacidade de agrupar pessoas ao seu redor, Levi não era muito adepto a grupos, ela percebeu que ele sentava na mesma mesa todo intervalo e com as mesmas pessoas, dois meninos e uma menina. Julia gostava de observar Levi, talvez porque ele fosse mais reservado, mas ao mesmo tempo leve, sério ao mesmo tempo em que transparecia bom humor. Julia gostava disso, dessa dualidade.
Veio à sua memória as características que notou em Levi, logo de princípio, diferentemente de Samuel, que tinha a capacidade de agrupar pessoas ao seu redor, Levi não era muito adepto a grupos, ela percebeu que ele sentava na mesma mesa todo intervalo e com as mesmas pessoas, dois meninos e uma menina. Julia gostava de observar Levi, talvez porque ele fosse mais reservado, mas ao mesmo tempo leve, sério ao mesmo tempo em que transparecia bom humor. Julia gostava disso, dessa dualidade.
Alvitrou em seguida a primeira vez que conversaram, foi no carro, depois de quase um mês que ela voltava de carona com os irmãos. Levi havia ligado o rádio e estava tocando Los Hermanos, então Julia falou sem pensar:
- Sério que você gosta deles? O povo daqui só conhece Anna Julia!
- Gosto sim. Levi respondeu olhando pelo retrovisor. Já ouviu o CD novo?
- E eles têm CD novo?
- Não. - Sorriu desconcertado. - Eu quis dizer o ultimo...
- Ah sim, ouvi sim. Eu tenho todos.
- Sério? Eu não tenho o primeiro, não consegui comprar, aquele que tem Primavera...
- Eu te empresto e você copia.
- Ah beleza então!
- Nossa, eu pensei que só o Levi sofria escutando isso hoje em dia... - Interrompeu Samuel.
- Cala a boca Samuel! - Levi falou, já como um bordão.
- Hahaha, que nada, eu adoro. Escuto sempre.
- Liga não Julia, o Samuel só curte o que rola nas paradas internacionais.
- Pelo menos são artistas que não acabaram...
- Epa Samuel, não pode falar mal dos Los Hermanos viu?! - Brincou Julia.
- Hahaha, olha que eu deixo de te dar carona viu?!
- Nem é você que dirige! Não se preocupa Julia, eu te levo!
Desse dia em diante, eles se falaram todos os dias. Ela levou o CD pra ele copiar e depois eles foram descobrindo outras coisas em comum. A amizade deles foi ficando a cada dia mais forte e no seu aniversário Levi deu à ela o DVD dos Los Hermanos na Fundição Progresso.
Foi desde então que passaram a se encontrar à tarde. Primeiro para ver o DVD, várias e várias vezes. Tentando entender cada música, discutindo interpretações e pesquisando contextos. Com o tempo e a intimidade, foram sendo cúmplices e foram aprendendo a conviver muito bem um com outro.
Até aí, só coisa boa...
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